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segunda-feira, 11 de maio de 2009


RESPOSTAS REAIS A UMA ENTREVISTA
QUE NÃO ACONTECEU
Lendo a obra de Nilo Pereira pensei em montar uma entrevista com o mestre. Formulei as perguntas e colhi as respostas em livros e discursos. Eu tive a sensação que ele estava bem perto de mim, ditando as palavras. Todavia, sei que enquanto existirem os livros de Nilo e quando o último morrer, então, 500 anos depois começaremos a crer que ele se foi definitivamente.
1) O que é a poesia?
A poesia não é o tempo, não é a circunstância, não é a ambiência em que se exercita: ela é um mistério que se entretece na própria singularidade humana, que não está submetida a uma linguagem determinada, a um expressionismo estabelecido, a escolha e cânones que, com um tom dogmático, assinalassem no poeta a sua condição poética essencial.
2) Que diria sobre o Modernismo?
O modernismo brasileiro produziu poetas tão grandes quanto o parnasianismo ou o simbolismo ou o romantismo.
3) O senhor é ocupante da cadeira nº 17, na Academia Norte Riograndense de Letras, cujo patrono é Ferreira Itajubá. O que o senhor acha da poesia dele?
Um poeta como Ferreira Itajubá traz consigo a mensagem autenticamente do povo, as vozes dos sofrimentos coletivos, das esperanças frustradas, dos ideais humildes, uma existência inteira de ansiedades e perplexidades de que os versos são o refúgio menos de um homem do que da multidão.
4) O poeta é um lógico?
...O poeta não é um lógico, mas um mágico.
5) A Casa Grande do Guaporé voltou a mergulhar na sua lenta agonia, depois da restauração de 1979. O que o senhor pode dizer sobre isto?
Lutei por esta casa, todos o sabem, para que ela não sucumbisse. Era uma luta sentimental, decerto. Mas havia nisso também a defesa de um patrimônio histórico que podia desaparecer.
6) Como começou sua amizade com Edgar Barbosa?
Meus primeiros encontros com Edgar Barbosa foram na Escola Primária de Adele de Oliveira, à rua São José.
7) Nilo Pereira, jornalista e professor. Fale sobre isto.
Posso dizer que o magistério e o jornalismo foram as “constantes” da minha vida. Iniciei-me nessas duas atividades aos dezessete anos, na Cidade do Natal, como manda dizer o meu mestre de então e sempre, Luiz da Câmara Cascudo.
Nunca mudei de profissão...O magistério é uma vocação heróica. Ainda hoje, o professor vive o seu heroísmo cotidiano...O professor é um criador, disse Gilberto Freyre.
8) Morar em Recife traz saudades de Ceará-Mirim?
Um ceará-mirinense fora da sua terra experimentará sempre uma sensação de exílio. Como se houvesse perdido o paraíso. Cura-se disso voltando, porque à porta desse paraíso não está nenhum anjo com uma espada de fogo.

Bibliografia:
Respostas de 1 a 4: Discurso de posse na ANRL, em 31 de agosto de 1955.
Resposta 5: O Guaporé Restaurado. Edição Radier, 1979, discurso pronunciado em 13 de março de 1979.
Resposta 6: Lembrança de Edgar Barbosa. UFRN 1979, página 27.
Resposta 7: Discurso “O Mérito Imerecido. Ed. Universitária, Recife, 1978, página 15)
Resposta 8: Imagens do Ceará-Mirim. FJA 1977, página 118.

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