PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

O Blog OUTRAS E OUTRAS, de Lúcia Helena Pereira, publicou recentemente um texto que se revela verdadeiro hino ao Vale verde do Ceará-Mirim. É de autoria de Esteferson Sândis, pesquisador, historiador e como a própria Lúcia afirma, vigilante das coisas do Vale. Parabenizamos seu autor e transcrevemos na íntegra. (Edvaldo Morais)

OS ENCANTOS DA NOSSA SEARA.
Esteferson Sândis

Não consigo imaginar o Ceará-Mirim sem o seu vale!
Sem os seus rios e olheiros que saciaram a sede do nosso povo!
Não consigo imaginá-lo sem a fazenda Nascença; sem D.Pedro II;
sem o rio Ceará - Mirim; sem o engenho Diamante (que pertenceu
à família Meira). Um lugar antológico, do qual, meu bisavô fez parte.
Pensar em Ceará – Mirim leva-me às mais variadas divagações.
É como se imaginasse o Egito sem as águas do Nilo (num passe
de mágica transportado com a abundância de suas águas,
para o nosso vale)! Um vale preto - charco.
E o verde que vemos e enche os nossos olhos
da beleza daquela sua plumagem, com características
de produtividade, é o verde do canavial!
O rio Ceará-Mirim está cheio, invadindo todo o vale,
castigando e sufocando até a morte a cana-de-açúcar,
agoniada, quase resistente a um dos elementos da natureza.
São encantadoras as cenas das cheias do rio Ceará - Mirim.
As pessoas descendo do trem para verem as águas passando.
Alguns, mais afoitos, até pulando da ponte, ignorando os perigos.
O vale da Briosa Vila está agoniado. Imagino-o em tempos passados,
Com os engenhos produzindo a todo vapor. As águas deixando
úmido o chão das senzalas e fazendo perder boa parte da produção
do açúcar, que ficava nas casas de purgar.
As águas passarão, deixarão o seu rastro de fertilidade.
O solo ficará mais forte, fértil e mais produtivo com seus humos.
“Ceará-Mirim, miragem do Patú...”
Hoje sei o “porquê” dessa frase no hino do nosso município,
e o “porquê “de dona Maria Madalena Antunes Pereira,
abordar ,nas suas reminiscências “o seu exílio em Recife”.
Hoje essa é a verdadeira visão que eu tenho,
do mais belo cenário esculpido pela natureza!