Madalena Antunes Pereira nasceu em 25 de maio de 1880, no Engenho Oiteiro, em Ceará-Mirim (RN), e era irmã dos poetas Etelvina e Juvenal Antunes. Sua casa foi durante muitos anos ponto de encontro de intelectuais, devido aos animados saraus que realizava.
Seu único livro, Oiteiro, é considerado o primeiro livro de memórias feminino do Rio Grande do Norte. Seu título remete ao nome da fazenda em que viveu, ao espaço e à paisagem da infância, e também para a árvore "oiteiro", propriamente dita, muito comum na região. O subtítulo, "Memórias de uma sinhá-moça", por sua vez, antecipa as impressões e lembranças de uma menina rica, de um tempo aristocrático de senhores de engenho e de escravos, que floresceu nos vales verdes sustentados pela cana de açúcar. A autora transcreve versos, cantigas e histórias que eram contadas pelas amas e escravos, num estilo simples, sem exageros retóricos e mitificações do passado.
Seu único livro, Oiteiro, é considerado o primeiro livro de memórias feminino do Rio Grande do Norte. Seu título remete ao nome da fazenda em que viveu, ao espaço e à paisagem da infância, e também para a árvore "oiteiro", propriamente dita, muito comum na região. O subtítulo, "Memórias de uma sinhá-moça", por sua vez, antecipa as impressões e lembranças de uma menina rica, de um tempo aristocrático de senhores de engenho e de escravos, que floresceu nos vales verdes sustentados pela cana de açúcar. A autora transcreve versos, cantigas e histórias que eram contadas pelas amas e escravos, num estilo simples, sem exageros retóricos e mitificações do passado.
A seguir, trecho de uma entrevista concedida por Madalena Antunes a Maria Tereza, redatora-chefe da Revista carioca Da mulher para mulher, 1958, por ocasião do lançamento do seu livro OITEIRO:
“Como a senhora se sente ao publicar o seu primeiro livro, com tantas manifestações de carinho, notícias em jornais, intelectuais cercando - a a todo instante? E esse terraço, haverá um história”?
“Saí de um vale encantado para a cidadezinha dos Reis Magos. Aqui, então, fui reunindo as minhas reminiscências e encontrando escritores que me incentivaram na árdua caminhada. Deixar o Oiteiro e a velha Ceará-Mirim - O Solar Antunes, para morar em Natal, deu-me algumas vantagens e os primeiros vislumbres intelectuais. Por outro lado, venho sentindo falta da minha paisagem de infância, da mansidão do vale, dos parentes e amigos que lá ficaram. Quanto ao terraço, nele está a fronteira do meu pequeno grande mundo, a minha “ilha”, o meu refúgio, a mangueira frondosa e bela! Afinal, as árvores também saem dos seus lugares e dão sombras e frutos, e os pássaros pousam e cantam as suas lindas estrofes musicais! Sobre o meu livro, creio que a vida vai escrevendo a nossa história e o Oiteiro vai me levando de volta a um tempo ameno, cheio de poesia e beleza, ao meu “templo” de gratas recordações que vou deixando para as novas gerações.”
“Então, somente as recordações e saudades do vale levaram - na a escrever um livro?”
“ Foram os encantamentos da infância que enriqueceram as minhas lembranças; o feitiço do Oiteiro com suas perfumadas auroras e os crepúsculos enchendo-me de inspirações! O Oiteiro, o velho engenho com o oitizeiro à beira da estrada! Aquele pedaço de céu foi o palco iluminado das minhas recordações! A fonte perene dos meus sonhos de menina! Saiba, Maria Tereza, desde criança fui aprisionando no coração as minhas lembranças, o que não imaginava é que, um dia, elas seriam impressas nas páginas de um livro. Creio que isso foi seduzindo o meu espírito e me privando da solidão comum desses novos tempos, na cidade. Escrever, pelo menos para mim, é um belo exercício da alma, uma forma de suprir as solidões e as saudades. E no Oiteiro, ficou o grande oitizeiro, o qual devo bendizer: Oh! Velho oitizeiro, figura do passado, templo de minhas primeiras impressões! Quantas coisas recordas! Oh! Árvore do pomar da minha felicidade!"
Madalena Antunes faleceu em 11 de junho de 1959, em Natal, após uma longa enfermidade que a deixou impossibilitada de andar e praticamente cega.
Um comentário:
AGRADEÇO A LINDA HOMENAGEM PELA PASSAGEM DOS 129 ANOS DE VOVÓ MADALENA.
COM OS PRIMOS POR AQUI, ACABEI DEIXANDO DE HOMENAGEAR MINHA AMADA AVÓ.
ONTEM ESTIVEMOS NO VALE - MOMENTOS LINDOS!!!
GRATA, EDVALDO.
LÚCIA HELENA PEREIRA
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