DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

É POSSÍVEL?

Certamente, você já se perguntou: Eu sou o único no universo? De onde venho? Pra onde vou? O que acontece após a morte? Estas entre outras perguntas sempre perpassaram a história da humanidade e chegaram até nós como “perguntas existenciais”, mas a ciência e a religião tentaram responder e às vezes se chocaram e trocaram acusações, contudo de olhassem uma para outra poderiam enxergar que se complementam nas suas áreas, o sábio cientista judeu Albert Einstein afirmou: “Não posso conceber um autentico cientista sem uma fé profunda... a ciência sem religião é claudicante, a religião sem a ciência é cega”. Isto posto, neste meu primeiro artigo neste blog, quero tratar de um assunto que para muitos é indiscutível, mas como curioso do assunto, quero dizer-lhes que em primeiro lugar devemos diferenciar Religião de Igreja, para ser mais claro, você é cristão e pertence a igreja invisível (parafraseando o imortal Raul Seixas), portanto a religião é o Cristianismo e a denominação é igreja invisível, você pode ser budista e seguir o budismo tibetano, e assim por diante.
Respondendo a primeira pergunta existencial. Sim você é único no universo, entre bilhões de habitantes desse planeta, não há ninguém igual a você, embora pertençamos à mesma espécie humana. Mesmo com a diversidade de povos o projeto genoma provou que todos os seres humanos tem apenas 0,01% de diferença, e esse fator é a cultura, não é a cor, nem a língua, mas sim a cultura que vai fazer essa diferença. A diversidade é o que dá beleza a humanidade, o direito de sermos originais, diferentes e ao mesmo tempo com tanta coisa em comum. Entretanto, aceitar as diferenças e conviver com elas não é fácil. É um grande desafio. O respeito à diversidade é uma reivindicação recente e tem sido uma conquista árdua e persistente da sociedade humana. Haja vista estas guerras étnicas e religiosas que acompanhamos pela tevê. A intolerância, geradora de exclusão e violência, ainda atua como um motivo de discussões, se os lideres religiosos analisassem que existem muitas coisas em comum do que aquilo que os separa, poderia evitar muitas mortes, lendo os livros sagrados das principais religiões mundiais iremos encontrar regras de convivência entres povos. Exatamente leitor, se for atento vai dizer que no antigo testamento há relatos de lutas, que no corão fala de morte ao infiel etc... Contudo, entre os Dez Mandamentos existe o “Não Matarás”, e na sura do Corão fala que “deve-se respeitar aqueles que não crêem em Alah, pois só Ele é o Juiz”, e o que falar do conflito dos cristãos católicos e protestantes na Irlanda, lamentável, porque não observaram o que Yeshuah Messiach disse: “...Perdoai os que vos ofendem...” e assim se multiplica a intolerância. Porque não observam o principio de cada religião que é levar o fiel ao encontro com o sagrado, observado as regras morais e éticas, em todos nós, há uma influencia orientadora inata que nos faz buscar a Deus, encontrar o nosso verdadeiro EU e cumprir o nosso propósito de vida, você pode até ignorar essas coisas por algum tempo e distrair-se com atividades, porem o desejo de encontrar a Verdade, a Si mesmo e a Deus o conduzirá a pessoas, lugares e situações que irão persuadir a continuar procurando uma experiência com o transcedente.
A disciplina de Ensino Religioso com a nova LDB é um espaço importante para a formação de cidadãos capazes de diálogo, de abertura ao pluralismo religioso e ao convívio com o diferente. Falaremos mais sobre ciências e religião nos próximos artigos, espero colaborar de alguma forma para o respeito a todas as religiões e igrejas de nossa cidade, deixando uma frase para reflexão: Saiba que a palavra WAR(guerra em inglês) na verdade é uma sigla We Are Right (nós estamos certos). Pensem nisso e Fé Sempre!
Washington Luiz da Silva Pereira é graduado em Ciências da Religião pela UERN. Atualmente é professor de Ética e Cidadania no Centro Educacional Dom Bosco em Natal.