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terça-feira, 1 de dezembro de 2009


O texto a seguir, de autoria da Psicóloga Clínica Karla Cristine, nos foi enviado pela estudante da FACEX/Natal Eliane Pontes.
Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora. As pessoas estão cultivando ídolos errados..
Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?
Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível.
Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.
No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.
São esses pais que devemos ter como exemplo?
Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora.
Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.
Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não.
Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.
Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria?
Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor.
Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissessem NÃO quando necessário?
Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor.
Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar. Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos.
Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi a pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.'

Karla Christine
Psicóloga Clínica

3 comentários:

Ilton Soares disse...

Cazuza, um marginal???
Acredito que esta psicóloga deveria assistir com mais atenção ao filme do Cazuza e se informar melhor sobre sua obra. Cazuza não é reverenciado pelas suas atitudes "marginais", e sim pela beleza da sua poesia e por falar aquilo que estava preso na garganta de uma geração que viveu reprimida pelo governo militar e ditador que imperou no país por mais de duas décadas. Falar em "sociedade que tentamos construir"??? Que sociedade?? Das novelas que não transmitem nada? Da mídia que aliena, das músicas que fazem sucesso e não falam nada de importante? Das famílias medíocres e infelizes? Acho no mínimo hipocrisia tal afirmação. O Cazuza tem muito a nos ensinar através da sua obra imortal, basta ter inteligência e não repetir seus erros "marginais".
"Vamos pedir piedade para essa gente careta e covarde" Cazuza.

Ilton Soares.

Anônimo disse...

Rever nossos conceitos sim. Mas chamar o cazuza de marginal por favor Né? Ele é lebrado, admirado pelas belas poesias e letras, intelgente etc.Que sociedade isso é uma piada? As familias estão ai sendo destruturadas,filhos rebeldes, soltos sem limites,sem educação porém sem interferencia do cazuza e pense bem psicolaga a AIDS está aí e contaminando e matando gente virgen sem nunca ter transado, se drogado, bebido temos mesmo que refletir e rever os conceitos....o cazuza como a maioria dos adolescentes e jovens tinha sua rebeldia mas ser chamado de marginal é demais...

Anônimo disse...

Como fã do Cazuza, Raul Seixas, Tim Maia, Renato Russo e tantos outros considerados rebeldes, nem sempre concordei com "certas" atitudes dessas figuras enigmáticas. Isso porém não me fez deixar de apreciar a mensagem contida no trabalho de cada um deles. Me assusta que pessoas aparentemente tão bem preparadas como a Dra. Karla Crhistine, em pleno século vinte e um tenha essa postura a respeito do exagerado Cazuza. Isso sim, não seria uma atitude preconceituosa e, por conseguinte, de certa forma, marginal? Fico imaginando a psicóloga convivendo com um certo Jesus, de que lado ela ficaria? Talvez o taxasse de subversivo e beberrão de vinho. Concordar com a comparação absurda de Cazuza com Fernandinho Beira-Mar, para mim, no mínimo, e sem a intenção do trocadilho, beira a insensatez. Qual o legado positivo que o presidiário deixa para a sociedade? Talvez a ousada performance de um fora da lei que, até para ser transferido de um presídio para outro requer uma escolta policial digna de uma produção cinematográfica. E isso também dá ibope e pode virar filme. Percebendo uma suposta adesão por parte da comunidade acadêmica aos comentários da doutora, só vejo uma saída para todos nós, pobres fãs marginais: "vamos pedir piedade!" Isso é tudo que nos resta. (Eliel Silva)