Por motivos alheios a nossa vontade, somente hoje, em vez do dia 11, publicamos a homenagem mensal do blog ao ilustre cearamirinense NILO PEREIRA, no ano em que celebramos o seu centenário de nascimento. A seguir, o escritor Francisco Martins Alves Neto mostra o lado religioso de Nilo.
UM ESCRITOR TEMENTE A DEUS
Nilo Pereira sem sobra de dúvidas nutria um cuidado especial pela sua fé. Prova disto é sua participação na vida da Igreja. Confessava a fé cristã, dentro da Igreja Católica Apostólica Romana. Procurou vivê-la em sua totalidade, cercou-se de pensadores cristãos, em corpo e livros, principalmente os livros.
Ele fez parte de uma geração que ostentava no peito sem medo e receio o amor à Igreja. Como já disse por aqui, nesta coluna, não convivi com Nilo e poucas vezes o vi, mas, artigos e livros de Nilo estão aí e eles não dão centelhas desta fé. É assim no livro “Reflexões sobre um fim de século” (Edição Radier). O prefaciador deste livro, Monsenhor Severino Leite Nogueira escreve que “Nilo foi, é e há de ser até o fim, é o cristão de fé viva em comunhão com Cristo e sua Igreja”.
Neste mesmo livro, escreve Nilo Pereira uma belíssima oração, saudando o novo século. Ei-la: “ Senhor, que estejamos todos de joelhos para um ato de caridade, que é a tua presença entre os homens. E que sejamos todos o mesmo Homem. E que o outro – que é o nosso próximo – seja o próprio Eu. E que, no Juízo Final, todos sejamos reconhecidos e justificados como aqueles que mataram a sua fome e tua sede, dando o que comer e o que beber ao menor de todos que é o maior no Teu Reino.
E que a humildade nos livre da perdição deste mundo maravilhoso, que é o brinquedo de uma criança nas mãos de um homem desvairado. Que haja flores nos jardins, sorriso nos lábios, e nos olhos um pouco das estrelas. E no espírito, a tranqüilidade dos lagos. E na inteligência, a transparência da verdade. E no coração, um poema de amor. Assim seja.
E é o próprio filho Geraldo Pereira que nos assegura no seu discurso: Nilo – Um Nonagenário (Nilo Pereira: Tempo e Circunstância. Fund. Joaquim Nabuco/EDi. Massagana) que seu pai lia a Bíblia. Uma imagem, uma cabeça do Cristo, à entrada de casa, tinha a significação que presidia a paz no interior daquela prole numerosa.
No seu livro “Notícia do Invisível”(Edições Pirata. Recife. 1982), Nilo publica um poema sobre sua fé, quando assim se expressa fazendo referência ao que há de mais sagrado na liturgia da Igreja Católica, que é a Eucaristia:
BANQUETE DIVINO
Na tua mesa, Senhor, também cá me sento eu. O que vais fazer com dor a todos nós já doeu. É a véspera da tua morte.
Concentras no pão e no vinho toda a misteriosa sorte do homem em seu caminho. Tu dizes coisas proféticas no teu banquete divino. Não são palavras patéticas as que sabes desde menino . É a tua despedida dos discípulos tão amados. A eles mostraste a vida em caminhos despedaçados...Da Ceia ficou o pão, ficou o vinho, a lembrança do Cristo na comunhão...
Por tudo isto não é de admirar que no conjunto da sua obra vários livros trazem temas referentes a Igreja, tais como “Conflitos entre Igreja e o Estado no Brasil”, “Igreja e Estado. Relações Difíceis”, “O Bispo e o General”, etc.
Finalmente podemos concluir este texto usando uma expressão do próprio escritor que assim se define: “Costumo dizer que sou de uma geração feliz. A geração que soube respeitar os pais os professores, os mais velhos. A geração temente a Deus. Cheia de amor pelas coisas belas. Animada de algumas ideais que hoje estão à beira da morte.”
Ele fez parte de uma geração que ostentava no peito sem medo e receio o amor à Igreja. Como já disse por aqui, nesta coluna, não convivi com Nilo e poucas vezes o vi, mas, artigos e livros de Nilo estão aí e eles não dão centelhas desta fé. É assim no livro “Reflexões sobre um fim de século” (Edição Radier). O prefaciador deste livro, Monsenhor Severino Leite Nogueira escreve que “Nilo foi, é e há de ser até o fim, é o cristão de fé viva em comunhão com Cristo e sua Igreja”.
Neste mesmo livro, escreve Nilo Pereira uma belíssima oração, saudando o novo século. Ei-la: “ Senhor, que estejamos todos de joelhos para um ato de caridade, que é a tua presença entre os homens. E que sejamos todos o mesmo Homem. E que o outro – que é o nosso próximo – seja o próprio Eu. E que, no Juízo Final, todos sejamos reconhecidos e justificados como aqueles que mataram a sua fome e tua sede, dando o que comer e o que beber ao menor de todos que é o maior no Teu Reino.
E que a humildade nos livre da perdição deste mundo maravilhoso, que é o brinquedo de uma criança nas mãos de um homem desvairado. Que haja flores nos jardins, sorriso nos lábios, e nos olhos um pouco das estrelas. E no espírito, a tranqüilidade dos lagos. E na inteligência, a transparência da verdade. E no coração, um poema de amor. Assim seja.
E é o próprio filho Geraldo Pereira que nos assegura no seu discurso: Nilo – Um Nonagenário (Nilo Pereira: Tempo e Circunstância. Fund. Joaquim Nabuco/EDi. Massagana) que seu pai lia a Bíblia. Uma imagem, uma cabeça do Cristo, à entrada de casa, tinha a significação que presidia a paz no interior daquela prole numerosa.
No seu livro “Notícia do Invisível”(Edições Pirata. Recife. 1982), Nilo publica um poema sobre sua fé, quando assim se expressa fazendo referência ao que há de mais sagrado na liturgia da Igreja Católica, que é a Eucaristia:
BANQUETE DIVINO
Na tua mesa, Senhor, também cá me sento eu. O que vais fazer com dor a todos nós já doeu. É a véspera da tua morte.
Concentras no pão e no vinho toda a misteriosa sorte do homem em seu caminho. Tu dizes coisas proféticas no teu banquete divino. Não são palavras patéticas as que sabes desde menino . É a tua despedida dos discípulos tão amados. A eles mostraste a vida em caminhos despedaçados...Da Ceia ficou o pão, ficou o vinho, a lembrança do Cristo na comunhão...
Por tudo isto não é de admirar que no conjunto da sua obra vários livros trazem temas referentes a Igreja, tais como “Conflitos entre Igreja e o Estado no Brasil”, “Igreja e Estado. Relações Difíceis”, “O Bispo e o General”, etc.
Finalmente podemos concluir este texto usando uma expressão do próprio escritor que assim se define: “Costumo dizer que sou de uma geração feliz. A geração que soube respeitar os pais os professores, os mais velhos. A geração temente a Deus. Cheia de amor pelas coisas belas. Animada de algumas ideais que hoje estão à beira da morte.”
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