FLASH Chaminé
* * *
DA SÉRIE: "O CÉU DE CEARÁ-MIRIM"
por Franklin Jorge *
A enladeirada Rua São José aproxima o Patu da Rua Grande. Flanqueada por uma balaustrada de alvenaria que acompanha a linha do trem até a Usina, nos limites urbanos da cidade, a Rua Grande não é extensa, mas cordial e associativa.
Postes coroados de redondos globos dum vidro leitoso substituem os lampiões que nossos avós viram arder na noite escura. Nesta rua, como a muralha de um castelo ao pé da colina, a porta da cidade briosa.
Uma fileira de casas baixas, velhas sólidas, têm quintais compridos que são apêndices do rio leviano, espremido entre a rua e os canaviais leves que se multiplicam pelo Vale edênico.
Meio escondido, ao lado da Estação, o Olheiro de água transparente e salobra mata a sede dos pobres. Os ricos bebem da fonte do Engenho Diamante a água transportada em ancoretas de madeira sobre lombos de burros e jumentos tangidos pelo aguadeiro, um personagem habitual das ruas.
A estação ferroviária, um canto nervoso de despedidas e encontros, de comércio rápido, de abraços, de trocas, de fumos e apitos.
Em tomo do Mercado Público a feira multitudinária, na manhã numerosa, cheia de sonoridades e de odores frescos e aromáticos. Parece o coração e o olho de uma vasta praça, nua e silenciosa à tarde.
Durante a noite, sob o céu encurvado e polido, adquire um misterioso e intrigante esplendor mortuário.
Contam que o acendedor de lampiões, Manoel Boca de Uruá, não trabalhava em noites enluaradas. O velho tinha o lábio de molusco, despencado e retorcido. Abandonou a cidade sem deixar o endereço, quando chegou a luz elétrica, que em seu orgulho viu como coisa do Cão.
A tradição enumera mais de cem engenhos espalhados por terras fecundas que não acabam mais. Nomes poéticos distinguem os engenhos patriarcais que produzem o açúcar importado pela Inglaterra através do porto de Guarapes, na paludosa Macaíba...
... Carnaubal, Umburanas, Guaporé, Verde-Nasce, São Francisco, Jacoca, Ilha Bela, Beija-Flor, Santa Terezinha, Timbó, Várzea, Jericó, Gravatá, Paraíso, Cruzeiro, Oiteiro, Morrinhos, Mucuripe...
No inverno, o vento sofredor geme sobre os telhados.
Postes coroados de redondos globos dum vidro leitoso substituem os lampiões que nossos avós viram arder na noite escura. Nesta rua, como a muralha de um castelo ao pé da colina, a porta da cidade briosa.
Uma fileira de casas baixas, velhas sólidas, têm quintais compridos que são apêndices do rio leviano, espremido entre a rua e os canaviais leves que se multiplicam pelo Vale edênico.
Meio escondido, ao lado da Estação, o Olheiro de água transparente e salobra mata a sede dos pobres. Os ricos bebem da fonte do Engenho Diamante a água transportada em ancoretas de madeira sobre lombos de burros e jumentos tangidos pelo aguadeiro, um personagem habitual das ruas.
A estação ferroviária, um canto nervoso de despedidas e encontros, de comércio rápido, de abraços, de trocas, de fumos e apitos.
Em tomo do Mercado Público a feira multitudinária, na manhã numerosa, cheia de sonoridades e de odores frescos e aromáticos. Parece o coração e o olho de uma vasta praça, nua e silenciosa à tarde.
Durante a noite, sob o céu encurvado e polido, adquire um misterioso e intrigante esplendor mortuário.
Contam que o acendedor de lampiões, Manoel Boca de Uruá, não trabalhava em noites enluaradas. O velho tinha o lábio de molusco, despencado e retorcido. Abandonou a cidade sem deixar o endereço, quando chegou a luz elétrica, que em seu orgulho viu como coisa do Cão.
A tradição enumera mais de cem engenhos espalhados por terras fecundas que não acabam mais. Nomes poéticos distinguem os engenhos patriarcais que produzem o açúcar importado pela Inglaterra através do porto de Guarapes, na paludosa Macaíba...
... Carnaubal, Umburanas, Guaporé, Verde-Nasce, São Francisco, Jacoca, Ilha Bela, Beija-Flor, Santa Terezinha, Timbó, Várzea, Jericó, Gravatá, Paraíso, Cruzeiro, Oiteiro, Morrinhos, Mucuripe...
No inverno, o vento sofredor geme sobre os telhados.
(*)Franklin Jorge é jornalista, cearamirinense, atualmente reside em Mossoró/RN. Conheça seu trabalho no site: www.franklinjorge.com
Um comentário:
PARTICIPAÇÃO DE CRÉSIO TÔRRES
OTÁVIO QUE VIVE O SINDICALISTA OTÁVIO.
“Eles não usam black Tie”
(Gian Francesco Guarnieri)
Teatro Alberto Maranhão
Dia 17 Quinta Feira
Em três seções- 09:00/14:00/19:00
PACOTE
15,00 reais
(Com direito ao transporte e a entrada no teatro)
SAÍDA DO ÔNIBUS
Local: Em frente ao Decisivo (próximo ao Ubaldo Bezerra)
Hora: 17:00 Hs
CONTATO :
Fabiano Moreira e Crésio Tôrres
Fone: 9175 9919
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