Quem acompanha nosso semanário virtual sabe que dia 11 de cada mês prestamos homenagem ao ilustre cearamirinense NILO PEREIRA, neste ano em que celebramos o seu centenário de nascimento.
Nilo Pereira era filho do casal Fausto Varela Pereira e Beatriz de Oliveira Pereira. Casado com D. Lila Marques Pereira. Nasceu em 11de dezembro de 1909 no Engenho Verde Nasce - Vale do Ceará-Mirim. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife (turma de 1932 da qual foi orador). Pernambucano e recifense honorário por decisão unâmine da Assembléia Legislativa e da Câmara Municipal do Recife. Detentor do "Prêmio Machado de Assis", da Academia Brasileira de Letras, por conjunto de obras. Faleceu no Recife, no dia 23 de janeiro de 1992, aos 82 anos, em decorrência de um grave problema cardíaco.
A seguir, o escritor Francisco Martins Alves Neto lembra Nilo Pereira em Mossoró/RN, no ano de 1960, quando proferiu discurso por ocasião do encerramento da XV Assembléia Nacional da Associação dos Geógrafos Brasileiros.


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No dia 16 de julho próximo, 49 anos completará o discurso que Nilo Pereira proferiu por ocasião do encerramento da XV Assembléia Nacional da Associação dos Geógrafos Brasileiros, realizado no salão nobre do Instituto de Educação, na cidade de Mossoró. Por que trago à tona este artigo? Não apenas pelo centenário do autor, mas também porque lendo sua obra encantei-me, com a singularidade deste ensaísta e a atualidade deste discurso. Vejamos alguns trechos de Nilo Pereira, em itálico.
Nilo já afirmava naquela época ser Mossoró uma cidade de tradição e um centro dinâmico de progresso. A cidade não decepciona, diz ele. Realmente Mossoró tem sido dentro do Rio Grande do Norte a Capital da Cultura. Estamos orgulhosos disto. Nosso homenageado assim se expressa com relação a esta dedicação daquele município: “ a batalha da cultura é um exemplo do mais puro e autêntico municipalismo porque define o desenvolvimento da comuna pelo conhecimento do seu passado e pela grandeza do seu presente. Parece-me que já não há problemas que tenham merecido, em Mossoró, os melhores estudos, nem os de natureza econômico-social, nem os científicos, nem os literários, nem os folclóricos, nem a crônica simples e cotidiana da cidade.”
Recentemente vimos e ouvimos a beleza que o país de Mossoró fez no mês junino. É inegável que a cidade, parafraseando o próprio Nilo, “humaniza-se ao encontro de si mesma, das suas fontes de vida, tanto quanto se agiganta no seu milagre do seu municipalismo, vencedor do deserto”.
Em Mossoró a liberdade foi pioneira em 30 de setembro de 1883, cinco anos antes da Lei Áurea, o direito do voto feminino também teve nesta cidade a primazia. Assim, a cidade foi crescendo “sem fronteiras humanas. Onde o homem de condição inferior põe a mão sobre o ombro de condição superior, sem que este se sinta amarfanhado nem aquele intrometido”.
A Capital do Oeste e da Cultura no Rio Grande do Norte nos lega uma grande lição, a saber: “ o cangaceiro invencível sofreu pela união de todos os mossoroenses, a primeira derrota coletiva, que prenunciava o epílogo das agressões sistemáticas e punitivas da barbárie nos sertões fanatizados pelo falso herói”.
Nilo Pereira embora vivendo em Recife-PE, era um homem antenado a tudo que dizia respeito ao Rio Grande do Norte. Teve grande ligações com homens públicos de Mossoró: Raimundo Nonato, Tércio Rosado Maia, Dix-sept Rosado Maia, Vingt-un Rosado Maia, Raimundo Nunes, etc e para divulgar o trabalho cultural que era realizado no Estado, Nilo Pereira não media esforços para publicar artigos nos jornais de Recife: Folhas da Manhã e Jornal do Comércio (na sua coluna Notas Avulsas). E muito do que ele escreveu pode ser lido no livro: Imagens de Mossoró, editado pela Coleção Mossoroense, em 1989.
É isto que fica do escritor: Suas palavras, seus textos, suas obras. Passam-se os anos, vão se os homens, outros chegam, e os que aqui estão devem exercer em nome daqueles escritores que partiram o exercício sacerdotal de lembrar seu nome, seu pensamento, sua leitura. Afinal é Jean-Paul Sartre quem afirma: “Não importa: faço e farei livros; são necessários; sempre servem, apesar de tudo. A Cultura não salva nada nem ninguém. Ela não justifica. Mas é um produto do homem: Ele se projeta, se reconhece nela”[1]
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