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domingo, 12 de julho de 2009

De novo a gente vê materializado, na prática, o dito popular do "quer ser bom, morra!". Até pouco tempo, jornais e demais veículos de comunicação noticiavam que o cantor norte-americano Michael Jackson era acusado de pedofilia; que respondeu a esse e àquele processo; que teve que indenizar famílias de menores de idade por tentativas de abuso sexual; que ele arriscou a vida de um próprio filho bebê quando o balançou na varanda de um hotel de forma perigosa (e a imagem de televisão mostrou isso claramente); que ele tinha vergonha da própria cor de origem e por isso passava por um branqueamento artificial constante; que ele era um gastador compulsivo e jogava fora, com muita facilidade, tudo o que ganhava, além de ficar devendo valores estratosféricos; e mais isso, e mais aquilo.
Morto o cantor, as notícias começam a ter novas feições. Já falam que o acusaram mas nunca provaram atos de abuso sexual de sua parte para com menores de idade; que ele tinha sido bastante maltratado pelo pai e pela família na infância e que, disso, decorreriam os atos que os envolveu em escândalos; que ele não tinha vergonha da cor, mas teria uma doença que o forçaria a se submeter a cirurgias seguidas; que ele sempre foi um bom pai, etc etc etc.
Cá de minha parte, não irei adotar a postura fácil de apontar o dedo e reiterar as acusações que outrora a mídia se encarregava de fazer, até porque isso não é do meu feitio. Particularmente, eu apenas acreditaria mesmo, com certeza cabal, que ele, Michael, foi totalmente irresponsável quando pôs em risco a vida de um filho seu, balançando-o de uma janela de hotel. E digo isso porque as imagens, mostradas por televisões do mundo inteiro, não deixariam mentir.
Outra certeza que também se tem é que Jackson era um gastador compulsivo, e, pelos dados apresentados pela imprensa antes e depois da sua morte, essa compulsão o teria levado à falência. Isso não é defeito pessoal, acho. Se for, não é só dele, mas de todo o povo classe média-alta estadunidense, que se acostumou a ter um padrão de vida de causar inveja, vivendo babescamente euquanto o governo do seu país invadia nações, espoliava-lhes e tomava-lhes riquezas, tudo sob o falso argumento de estabelecimento (ou restabelecimento) da democracia, como se os Estados Unidos da América fossem o xerife do mundo e como se os conceitos políticos deles fossem os mais completos e mais corretos. A consequência dessa boa vida do povo norteamericano está aí, sentida pelo mundo todo: uma enorme crise financeira, que eles até agora não debelaram.
Mas, voltando a Michael, não é minha pretensão acusá-lo de nada. Meu respeito pela pessoa humana de Jackson, porém, pára por aqui. Não chego a engrossar a fileira dos que o têm como o "eterno", o "Rei do Pop", o "gênio", o mais isso, o mais aquilo. Não. Acho que já temos pseudomajestades demais nesse País que gosta de bajular celebridades. Já imperam por aqui, em vários setores, o Rei da Jovem Guarda, o Rei do Brega, a Rainha dos Baixinhos, o Rei do Futebol, o Imperador, o Fenômeno, o Fabuloso, o Príncipe dos Teclados, e mais outros "monarcas" criados pela mídia e por ela mantidos em seus "tronos", para o bem dela própria (da mídia), que dessa forma cria e mantém na cabeça do nosso povo um mundo de fantasias que, de certo modo, afasta-o da dura realidade do dia a dia.
Se já temos, no Brasil, todos esses "reis" e "rainhas", não temos a necessidade de "reverenciarmos" também os "reis" e "rainhas" de outras terras, principalmente quando a vida pregressa desses "monarcas" do mundo de celebridades não aconselha. Muito menos devemos tratar essa gente como "gênios". Gênio é adjetivo que cabe para poucos, como Isaac Newton, Karl Marx, Engels, Sócrates, Aristóteles, Hipócrates e outros que, efetivamente, contribuíram para o melhoramento da vida humana.
Particularmente, respeito quem goste demasiadamente do estilo de música e de dança de Michael Jackson. Mas, a la Policarpo Quaresma, personagem nacionalista da literatura brasileira, prefiro ficar com o bom baião de Luiz Gonzaga, ou com o excelente ritmo nordestino de Jackson do Pandeiro, ou com o agradabilíssimo samba de Paulinho da Viola, ou mesmo com a imensa e bela poesia de Chico Buarque, Renato Russo e Jessier Quirino. Aliás, acho até que esses, sim, merece algum "trono" nesse universo artístico, ao invés do esquecimento proposital que a mídia lhes proporciona.
De Michael, sequer sentirei saudades, pois, falando verdadeiramente, a gente só sente saudade de quem tinha por perto e por essa pessoa mantinha um bem querer natural e espontâneo. Apenas lamento, como lamentaria em relação a qualquer um, que uma pessoa ainda tão jovem tenha morrido. Lamento também pela voracidade golpista e interesseira de sua própria família e de parte do alto escalão da mídia, que conseguiram parar para pensar em como lucrar financeiramente às custas de um velório. E deram a isso o nome de homenagens.
(*)Alcimar Antônio de Souza é advogado e titular do blog O MESSIENSE (
www.omessiense.zip.net)

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