SOBRE CEARÁ-MIRIM
O que se pode dizer sobre uma cidade depois de – vinte e dois anos – ter sido acolhida por ela? Isto é um grande desafio.
Compete, neste momento inicial, rememorar uma manhã chuvosa do mês de julho de 1987. O primeiro desembarque. Rodoviária da Cidade do Sol. Este, porém, decidiu brincar de esconde-esconde. Não apareceu. Fazia frio. Muito frio. Eu e as crianças atravessamos o saguão da rodoviária em Natal, rumo a plataforma nº 1 onde deveríamos esperar o transporte que nos levaria ao nosso destino.
Coube a empresa de transportes “Unidos” nos conduzir, pela primeira vez, até a encantadora Ceará-Mirim .
Da janela do ônibus pude contemplar e aplaudir, durante todo o percurso da estrada, pela primeira vez, os canaviais que dançavam sob a chuva numa postura elegante e majestosa quais bailarinos ao executar a famosa peça: “A dança dos Cisnes”.Foram eles que algum tempo depois inspiraram-me a escrever o poema “Os Canaviais”.
Apesar das gotas d’agua que bordavam os vidros das janelas, ao adentrar na cidade, meus olhos pousaram sobre a copa das árvores, tão bem podadas que pareciam seres caprichosamente organizados para vigiar o município a exemplo dos guardas de palácio imperial. Estáticas. Mas, atentas. Lia-se, em cada uma delas: imponência e decisão.
Sentada nas primeiras poltronas de passageiros, tanto eu quanto meus filhos vislumbramos ao longe, num instante mágico e sedutor, um verde e aveludado tapete, até onde a vista podia alcançar. Aí, minha mente absorvia e contemplava euforicamente o VALE. E, novamente, feito criança ao entoar os parabéns numa festa de aniversário, ressoou em meus ouvidos novos aplausos. Muito mais que uma obra de arte estava lá. Divino, Pintura natural. Suprarreal que o tempo nem o homem, ainda, não conseguiram apagar. Continua enchendo os olhos de muitos até hoje e recebendo aplausos.
Para deliciar-se com essa paisagem, não precisa de muito. Um dos pontos estratégicos para tal vislumbre é a calçada da Igreja Matriz que qual mirante o expande na amplidão do espaço revestido de toda beleza que converge para a criação divina, simbolizando a própria fertilidade do solo local.
Não vi o sol nascer por mais dois dias seguidos. Foi um período de antítese em que o sol abrasador da minha terra se unia ao mesmo tempo com um frio estranho à minha pele acostumada ao calor de Mossoró. Todavia, se fez dia quando parecia ser noite e, verão mesmo sabendo ser inverno. Por quê? Simples. Foi amor a primeira vista, este comprovado pelos anos de permanência aqui, neste solo abençoado, onde se aplaude a Virgem Santa nos dias de festa a ela dedicados.
O nascimento da minha filha caçula,aqui, tornou mais forte este elo de amor. E, vibramos juntas numa celebração materno-filial. Enquanto comemorávamos a chegada da cearamirinense na família ecoavam no céu a explosão dos fogos de artifícios nos festejos à Virgem da Conceição.
Estes são alguns motivos, dentre tantos outros, que me induz a aplaudir solenemente Ceará-Mirim, em especial nesta data do seu 151º aniversário de emancipação política.
Compete, neste momento inicial, rememorar uma manhã chuvosa do mês de julho de 1987. O primeiro desembarque. Rodoviária da Cidade do Sol. Este, porém, decidiu brincar de esconde-esconde. Não apareceu. Fazia frio. Muito frio. Eu e as crianças atravessamos o saguão da rodoviária em Natal, rumo a plataforma nº 1 onde deveríamos esperar o transporte que nos levaria ao nosso destino.
Coube a empresa de transportes “Unidos” nos conduzir, pela primeira vez, até a encantadora Ceará-Mirim .
Da janela do ônibus pude contemplar e aplaudir, durante todo o percurso da estrada, pela primeira vez, os canaviais que dançavam sob a chuva numa postura elegante e majestosa quais bailarinos ao executar a famosa peça: “A dança dos Cisnes”.Foram eles que algum tempo depois inspiraram-me a escrever o poema “Os Canaviais”.
Apesar das gotas d’agua que bordavam os vidros das janelas, ao adentrar na cidade, meus olhos pousaram sobre a copa das árvores, tão bem podadas que pareciam seres caprichosamente organizados para vigiar o município a exemplo dos guardas de palácio imperial. Estáticas. Mas, atentas. Lia-se, em cada uma delas: imponência e decisão.
Sentada nas primeiras poltronas de passageiros, tanto eu quanto meus filhos vislumbramos ao longe, num instante mágico e sedutor, um verde e aveludado tapete, até onde a vista podia alcançar. Aí, minha mente absorvia e contemplava euforicamente o VALE. E, novamente, feito criança ao entoar os parabéns numa festa de aniversário, ressoou em meus ouvidos novos aplausos. Muito mais que uma obra de arte estava lá. Divino, Pintura natural. Suprarreal que o tempo nem o homem, ainda, não conseguiram apagar. Continua enchendo os olhos de muitos até hoje e recebendo aplausos.
Para deliciar-se com essa paisagem, não precisa de muito. Um dos pontos estratégicos para tal vislumbre é a calçada da Igreja Matriz que qual mirante o expande na amplidão do espaço revestido de toda beleza que converge para a criação divina, simbolizando a própria fertilidade do solo local.
Não vi o sol nascer por mais dois dias seguidos. Foi um período de antítese em que o sol abrasador da minha terra se unia ao mesmo tempo com um frio estranho à minha pele acostumada ao calor de Mossoró. Todavia, se fez dia quando parecia ser noite e, verão mesmo sabendo ser inverno. Por quê? Simples. Foi amor a primeira vista, este comprovado pelos anos de permanência aqui, neste solo abençoado, onde se aplaude a Virgem Santa nos dias de festa a ela dedicados.
O nascimento da minha filha caçula,aqui, tornou mais forte este elo de amor. E, vibramos juntas numa celebração materno-filial. Enquanto comemorávamos a chegada da cearamirinense na família ecoavam no céu a explosão dos fogos de artifícios nos festejos à Virgem da Conceição.
Estes são alguns motivos, dentre tantos outros, que me induz a aplaudir solenemente Ceará-Mirim, em especial nesta data do seu 151º aniversário de emancipação política.
(*)Francisca Lopes é professora, esposa deste blogueiro. Texto já publicado na Revista APLAUSO, do jornalista Carlos Antunes. .
2 comentários:
ME DEU LÁGRIMAS NOS OLHOS DE ALEGRIA AO LÊR ESTE TEXTO TÃO BEM ESCRITO, E COM SENTIMENTOS QUE TAMBÉM TIVE. PARABÉNS POR EXPRESSAR TÃO MARAVILHOSAMENTE TODO O SENTIMENTO DE MUITOS QUE ESTA MÃE CIDADE ACOLHEU TÃO DIVINAMENTE.
A professora Francisca Lopes, contrariando atitudes de alguns "forasteiros", hoje palavra tão em voga nessa cidade, soube muito bem produzir bons frutos nessa terra que a acolheu um dia. Parabéns a cidade e a cidadã! (Eliel Silva)
Postar um comentário