NILO PEREIRA,
CENTENÁRIO
CENTENÁRIO
Palhares Moreira Reis // Professor
(Publicado no Diário de Pernambuco em 06/02/2009)
Neste ano de 2009 será comemorado o centenário do professor Nilo de Oliveira Pereira, que foi, durante muitos anos, catedrático de História da antiga Faculdade de Filosofia de Pernambuco da Universidade do Recife, hoje Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco. Nascido no engenho Vede-Nasce no Ceará Mirim, no Rio Grande do Norte, foi um pernambucano honorário, sem esse título, destacando-se como professor, jornalista e político, falecendo no Recife em janeiro de 1992, aos 82 anos. Como ex-aluno e professor aposentado daquela Casa (sem ter sido aluno dele, pois ali cursei o Bacharelado em Filosofia e fui professor de Ciência Política por 35 anos), não poderia deixar de registrar este acontecimento, e aproveitar a oportunidade para louvar a sua passagem entre nós, como jornalista, primeiro da Folha da Manhã, depois do Jornal do Comércio (sem falar nas colaborações com os outros periódicos locais), como professor - da Escola Normal, da Universidade Católica e da UFPE, tendo sido nesta última diretor da citada Faculdade e sido agraciado com o título de Professor Emérito da instituição. Dignidade que se afina com o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra literária, concedido pela Academia Brasileira de Letras. Em conversas informais, dele recebíamos destacadas informações sobre a história política de Pernambuco, nos períodos de governo de Agamenon Magalhães, na ditadura do Estado Novo e depois de eleito diretamente. De r esto, como todos os que trabalharam com aquele governante, sobre a ele se referia como "Dr. Agamenon", sem nenhum traço de familiaridade. Além disso, foi secretário de governo do estado de Pernambuco por 3 vezes e deputado estadual e Líder da Maioria na Assembleia Legislativa na legislatura de 1951-1954, ao tempo em que Agamenon Magalhães foi governador do estado. Foi eleito deputado sem que tivesse subido em palanque, nem feito discurso, pois recebera todo o apoio do governador que o queria comoseu Líder da Maioria. Sem ter tido formação religiosa, nem vocação sacerdotal, foi porém congregado mariano, e sempre um líder católico destacado em Pernambuco. A sua obra é densa, da qual se destacam, dentre outros, os livros sobre Pernambuco (Pernambucanidades, 3 volumes, História da Faculdade de Direito do Recife - 2 volumes, a que chamou de "biografia" daquela escola, o Estado Novo em Pernambuco) e sobre a questão religiosa (D Pedro II, o trono e o altar, D. Vital e a questão religiosa no Brasil, Conflitos entre a Igreja e o estado, igreja e estado, relações difíceis). Foi memorialista (Espírito de Província, Reflexões de um fim de século) enveredou pelas biografias (Agamenon Magalhães: uma evocação pessoal, Gilberto Freyre visto de perto, Mauro Mota e o seu tempo, Profissionais de Pernambuco). Como romancista, publicou A rosa verde: crônica quase romance. A sua obra, em especial a sua relação com a cidade natal e o vale do Ceará-Mirim está sendo estudada, hoje, no Mestrado em História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sendo o tema central das pesquisas da mestranda Helicarla Nyely Batista de Morais.
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Centenário de
Edgar Barbosa
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