Franklin Jorge se apresenta por si mesmo. Seus quadros, sua cerâmica, seu poderoso talento adolescente, não o matriculam em escolas nem em rígidos princípios estéticos. O mundo de criação em que ele vive, todo entregue a experiências que são revelações bem dignas de figurarem em mostras das mais expressivas da moderna plástica nacional, é um universo em gênese. O sentido de cor e forma que caracteriza os trabalhos de Franklin Jorge assegura ao pintor norte-rio-grandense um lugar inconteste na admirável companhia de um mestre como Newton Navarro. A natureza meio fantástica, coisas e animais, flora estranha, figuras como que transplantadas de algum horto primitivo identificam a obra do nosso artista, mais próxima do portinaresco do que do picasseano.
A critica autorizada poderá explicar algum dia o fenômeno de imaginação desses criadores que nunca se promovem, que se escondem, por vezes, no mistério de sua arte. Franklin Jorge é um tímido, um introspectivo. Mas sua arte é eloqüente em tudo quanto traduz de poesia original e vocação irresistível. E o verdadeiro sinal da vocação, que é a marca da infância, desafia o artista, como dizia o velho Renan, pela impossibilidade de desertar dela. (Edgar Barbosa)
*Publicado originalmente no catálogo da exposição “Tropicalírica” [Salão Nobre da UFRN, Natal, 1970]

CANAVIAIS

Obras de Franklin Jorge, retratando símbolos do

seu torrão natal, Ceará-Mirim.

Em breve aqui no Blog, fragmentos da Série:
O CÉU DE CEARÁ-MIRIM, de Franklin Jorge.
Conheça mais o escritor/artista acessando:
http://www.franklinjorge.com/