
Começamos hoje a celebrar de forma mensal, a memória do maior escritor deste Vale, Nilo Pereira, que em dezembro de 2009 fará centenário de nascimento. É nosso propósito fornecer aos leitores, ao longo destes doze meses, textos sobre o humanista, o escritor, o professor, o conferencista, o político e o sobretudo grande apaixonado pela terra Ceará Mirim. Sim, Nilo Pereira nunca deixou de amar e escrever sobre esta cidade. Assim sendo, acreditamos que a sua pátria Ceará Mirim, deve no mínimo, semear na presente geração a memória da contribuição deste homem e sua influência cultural.
Hoje trazemos aos leitores um lado um tanto quanto escondido do que foi Nilo Pereira. Vamos vê-lo pela ótica do homem que sabia aproveitar a vida e colaborar com seus amigos, pregando peças em alguns dos seus próximos, tudo feito de forma amigável, sem prejuízo e só visando alegria.
Foi na década de cinqüenta, quando Sylvio Piza Pedrosa governava o Rio Grande do Norte, que convidou alguns intelectuais do vizinho estado de Pernambuco para uma visita a Natal. Os convidados eram Gilberto Osório de Andrade, Dirceu Borges, Andrade Lima Filho, Silvino Lopes, Otávio Pinto e Nilo Pereira.
Este grupo seria recepcionado por Câmara Cascudo. Conta Nilo Pereira, que somente ele sabia, que tão logo o carro entrasse na cidade de Natal seria preso. Os policiais assim fizeram recebendo ordens superiores. Deram a voz de prisão. O susto foi grande e “cada qual reagiu a seu modo”, afirma Nilo. Otávio Pinto argumentou: __Eu sou daqui, não posso ser preso. Gilberto Osório, por sua vez, falou que era Doutor em Direito e não poderia ser preso daquela forma sem motivos claros. Andrade Lima e Dirceu Borges também se apresentaram respectivamente como deputado e desembargador. E Nilo, nosso querido Nilo simplesmente silencioso, vendo aquela cena hilária e espantosa.
Somente quando o grupo comprou dele uma posição, foi que o governador “Sylvio Piza Pedrosa e Câmara Cascudo saíram detrás de uma árvore, com bisnagas d’água, relaxando a prisão”. Todos então perceberam a pegadinha e o riso foi a marca desta recepção tão singular.
É lendo que aprendemos mais e mais, e isto que compartilho com vocês faz parte da Antologia Crônicas Natalenses, onde Nilo Pereira escreveu “A Noite das Estátuas”, páginas 45 a 48.
Vamos aproveitar este centenário e conhecer melhor Nilo Pereira, ele continua entre nós através dos seus livros. Aconselho a leitura de “A Rosa Verde”, um romance-novela um tanto quanto autobiográfico deste escritor. Que as escolas se abram e celebrem não somente Nilo, mas também Edgar Barbosa e Jorge O’Grady de Paiva, todos filhos daqui, todos comemorando em 2009 centenário de nascimento.
Sejam bem vindos ao universo da literatura de Nilo Pereira.
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