
Que deseja de mim, querida irmã? Tua mãe está restabelecida graças a tua fé. Como Deus se dignou glorificar a cidade de Catânia por causa do meu martírio, assim Siracusa será celebre por ti, porque, por tua virgindade, preparaste agradável morada a Deus em teu coração.
Voltando para Siracusa com a mãe completamente curada, recebe novamente a proposta de casamento. Luzia fez este pedido a sua mãe:
Mamãe, agora que Santa Águeda te restituiu a saúde, peço-te que me concedas entregar-me toda e com inteira liberdade ao amor de meu Divino Esposo: Jesus Cristo.
Sua mãe permitiu, e, a partir deste momento, as duas começaram a trabalhar juntas pelos pobres e necessitados.
Prevendo uma vingança e o martírio, Luzia distribuiu seus bens aos pobres e, com oração fervorosa, se preparou para o que lhe acontecesse.
O jovem que nutria a esperança de casar com Luzia, tendo a notícia da obstinada recusa e do gesto em favor dos pobres, transformou o amor em ódio e denunciou-a perante o Governador Pascásio, de dois crimes: de não ter cumprido a palavra e de ser cristã, e, portanto, desprezadora dos deuses nacionais.
Luzia foi incursa nas leis que mandavam punir rigorosamente os seguidores do Novo Evangelho, pois, neste tempo estava havendo perseguição do Imperador Diocleciano aos cristãos.
Luzia foi conduzida ao tribunal do Governador Pascásio. O Juiz procurou seduzi-la e convencê-la de que devia se sacrificar aos deuses e manter a palavra do casamento.
Luzia respondeu ao Juiz:
Nem uma e nem outra coisa farei. Adoro a um só Deus Verdadeiro, e a Ele prometi amor e fidelidade.
O Juiz continuou com ameaças, intimidações, inclusive de ser levada a uma casa de prostituição para ser desvirginada.
Luzia respondeu:
Quem vive casta e santamente é templo do Espírito Santo. Sem a minha vontade, a virtude nada sofrerá. Podes, a força, por incenso nas minhas mãos para que o ofereça aos ídolos? De nada vale porque Deus, que conhece os corações, não me julgará pelo o que fiz coagida. Mesmo que não possa resistir a força, minha virtude receberá dupla coroa.
Luzia previu que estava próximo o fim das perseguições, como de fato aconteceu logo depois de sua morte.
Deus a preservou de maneira miraculosa tornando-se presa na terra a fim de que nenhuma força humana a removesse do local.
Furioso com o acontecido, o Governador Pascásio mandou que ela fosse queimada após ser envolvida com piche e resinas inflamáveis.
Mesmo assim, Luzia não morreu. O Governador Pascásio envergonhado, mandou que ela fosse torturada e ferida a ferro frio.
Depois disso, os amigos cristãos de Luzia a levaram para casa, e ela, assistida piedosamente em sua agonia, expirou entregando o seu espírito ao Divino Esposo, depois de ser confortada pela Sagrada Comunhão aos 13 de dezembro de 304 d.C.
Seus restos mortais foram guardados em Siracusa com grande devoção dos fiéis, depois foram transportados para Constantinopla com as devidas honras, e, por fim levados para Veneza, onde até hoje são piedosamente venerados.
As preciosas relíquias de seu corpo foram transferidas de Siracusa para Espoleto — Itália, depois para Abadia de São Vicente de Metz, onde se tornou a Igreja por excelência de Santa Luzia, centro de sua devoção.
Em escavações no Cemitério cristão de Siracusa, no século IV, foi encontrado um Epitáfio nestes termos:
“Eutíquia, a irrepreensível, viveu santa e pura cerca de quinze anos; morreu na festa de Santa Luzia, a qual não pode ser louvada como merece.”
O culto a Santa Luzia se espalhou por toda a Itália e mais tarde por toda a Europa e outros continentes. Só em Roma havia vinte igrejas dedicadas à Santa Luzia.
Ela foi uma das quatro virgens, junto com as Santas Inês, Cecília e Águeda, que gozavam de ofício próprio e cujos nomes tiveram o privilégio de serem invocados no Cânon da Santa Missa.
Santa Luzia é invocada como protetora contra as doenças dos olhos. Provavelmente, esta conexão se deve ao fato de que o nome de Luzia, em latim, se liga à palavra LUZ. Os olhos são elementos indispensáveis para a visão da luz.
Fonte: Paróquia de Santa Luzia - Mossoró/RN
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