Quem não se lembra da bodega do saudoso Dudu? Lá era palco de boas conversas regadas a cerveja que muito freqüentei da década de 80. O dono da mercearia era também o dono dos assuntos. Sempre tinha uma pérola guardada na ponta da língua para gozar da cara dos outros. Havia um freguês metido a rico que todos os dias, ao meio dia, chegava para comprar uma dúzia de ovos, sempre arrotando grandeza. Dudu não deixou por menos e mandou uma indireta das mais diretas: Esta gente se diz rica, mas ninguém nunca viu comprar um quilo de carne para o almoço. É só no ovo. Oh povinho miserável!. O cara se tocou e respondeu: Dudu, o meu almoço já está pronto lá em casa. Estes ovos são para minha mulher fazer um bolo. Que horas ela vai fazer este bolo? Perguntou o bodegueiro.Sei lá, acho que lá pras três horas da tarde. Então passe aqui ás três horas que eu despacho os ovos. Agora não. O freguês foi embora, Dudu não vendeu, deixou de apurar, mas o coitado não almoçou naquele dia. Outra vez um velhinha gastou nmuito dinheiro comprando material de umbanda, que era um dos produtos mais procurados na bodega. Após receber o dinheiro da pobre crente, ele disse que ela tivesse vergonha na cara e não gastasse toda a aposentadoria com aquelas coisas, pois não serviam para merda nenhuma. São muitas as historias que tenho de Dudu, pessoa que aprendi a gostar desde menino. Tivemos divergências pessoais, as quais não impediram que eu o admirasse, reconhecendo as lições aprendidas e tendo saudades, afinal ele se constitui numa figura inesquecível do passado recente de Ceará Mirim.
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Nota do Blog:
Em 04 de dezembro do ano passado o saudoso Dr. Guilherme Queiroz, no Fórum Dr. Virgílio Dantas, lançava seu livro: HISTÓRIA DA FREGUESIA DE CEARÁ-MIRIM. No dia seguinte Dr. Paulo Roberto publicava neste blog o comentário que abaixo transcrevemos.
Nas primeiras badaladas dos sinos da Freguesia anunciando a alvorada em homenagem a Imaculada Conceição, eu já estava com minha insônia gostosa devorando o livro do meu amigo Guilherme, cuja tarde noite de autógrafos prestigiei ontem. Naquele momento o autor destilou de forma verdadeira nua e crua (como é seu virtuoso estilo) as mágoas pelo descaso, injustiça e abandono com que Ceará Mirim e sua cultura são tratadas pelos governantes de agora. No Livro que já li de um só fôlego, o autor está didático em alguns momentos, e narrador de uma época em transe onde se confunde passado (gostoso de rever através de suas palavras) e o presente nas entrelinhas em outros momentos. O terno do Menino é azul, o Manto da Conceição é azul, mas tal qual o nosso Vale, a melancolia e até o desgosto do nosso escritor deixa transparecer um verde meio Muriú/Jacumã que apresenta a eterna esperança dos que tem fé. Fé que Ceará Mirim ainda terá um líder que mereça. Valeu Gigua! Viva suas reminiscências.
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Nota do Blog:
Em 04 de dezembro do ano passado o saudoso Dr. Guilherme Queiroz, no Fórum Dr. Virgílio Dantas, lançava seu livro: HISTÓRIA DA FREGUESIA DE CEARÁ-MIRIM. No dia seguinte Dr. Paulo Roberto publicava neste blog o comentário que abaixo transcrevemos.
Nas primeiras badaladas dos sinos da Freguesia anunciando a alvorada em homenagem a Imaculada Conceição, eu já estava com minha insônia gostosa devorando o livro do meu amigo Guilherme, cuja tarde noite de autógrafos prestigiei ontem. Naquele momento o autor destilou de forma verdadeira nua e crua (como é seu virtuoso estilo) as mágoas pelo descaso, injustiça e abandono com que Ceará Mirim e sua cultura são tratadas pelos governantes de agora. No Livro que já li de um só fôlego, o autor está didático em alguns momentos, e narrador de uma época em transe onde se confunde passado (gostoso de rever através de suas palavras) e o presente nas entrelinhas em outros momentos. O terno do Menino é azul, o Manto da Conceição é azul, mas tal qual o nosso Vale, a melancolia e até o desgosto do nosso escritor deixa transparecer um verde meio Muriú/Jacumã que apresenta a eterna esperança dos que tem fé. Fé que Ceará Mirim ainda terá um líder que mereça. Valeu Gigua! Viva suas reminiscências.
Paulo Roberto França.
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