FELIZ ANO NOVO
(com os pés no chão)
Estamos chegando no ano novo, como sempre cheios de novos planos que se em sua maioria fossem colocados em prática, as nossas vidas poderiam virar de cabeça para abaixo e conseqüentemente o mundo também. O clima ainda é de festa, pois o verão e o carnaval estão aí. Então pra que pressa? A hora é de férias, de sol, praia, cerveja e curtição. O resto se vê depois. Pois muito bem, há uma falsa impressão de paraíso que faz ano após ano a mesmice tomar conta de nossas vidas e do mundo. Nada contra o mar, o bronzeado mais lindo e cheio de graça das meninas, da cerveja, do papo com os amigos, mas colocar projetos para funcionar é essencial. A vida continua, porém precisando ser revivida a cada dia, seja em casa, seja lá fora. Se o sol nas bancas de revistas nos enche de alegria e preguiça, como bem diz o Poeta, não esqueçamos das prestações que vem aí, dos compromissos morais e profissionais assumidos, do tempo para as pessoas amadas, de mudar o nosso universo “pessoal”, para poder contribuir com a tão sonhada felicidade que desejamos pra nós mesmos e aos outros nas noites de Natal e Reveillon. Procuremos, além dessa boa vida que a estação enseja, a vida também é de invernos e outonos, caso contrário não teríamos primaveras. Estou até poético, não acham? É preciso também encarar os dias chatos, as pessoas chatas, os parentes idem e aquelas coisas desagradáveis que parecem não ter hora para acabar. As bancas de revistas que só mostram tragédias merecem nosso olhar atento e crítico e não só o ar alegre e letárgico daquela música daquele Poeta. Vamos falar e viver o amor sabendo que a vida não é um eterno verão. Teremos derrotas certamente, perderemos algo ou alguém porque o “Feliz Ano Novo” recebido dos outros não é cem por cento eficaz. A vida não pode ser perfeita. Nem eu, nem você, nem o mundo. Somos apenas suportáveis e isto já é um passo para felicidade.
(Paulo Roberto França é advogado em Ceará-Mirim/RN)
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