Esta semana que passou Ceará-Mirim perdeu mais um de seus valorosos habitantes: José André Justino Brandão, popularmente conhecido na cidade por "Ciquilho da COSERN". Através do texto abaixo, escrito pelo seu filho João André, nos associamos a dor da irreparável perda.

ORFÃO DE PAI

por João André Justino Neto

Fiquei orfão de pai. No dia 28/11/08 às 9h00, na UTI do Hospital Walfredo Gurgel em Natal, mudava-se para o andar de cima atendendo chamado do Deus Todo-Poderoso, o sr. José André Justino Brandão. No auge dos seus 67 anos de idade, foi vítima de um "AVC", que posteriormente lhe causou falência multiplas dos orgãos, sendo meramente impossível qualquer tipo de cirurgia. Conhecido carinhosamente pelo doce apelido de "Ciquilho". Ciquilho da COSERN, dos botecos, das músicas românticas, enfim, Ciquilho de todos. Deus misericordioso que é, com certeza, tomará conta de sua alma. O mundo para mim não acabou, muito pelo contrário, vou começar a conhecê-lo agora, apesar dos meus 46 anos de idade. Por quê? Porque não vou ter mais os conselhos do meu velho pai. Não vou ter mais aquele dedo em riste apontado para mim, dizendo-me o que devo e o que não devo fazer. Não vou ser mais o seu engenheiro, era o que ele queria que eu fosse. Não dei ao meu velho pai o prazer de ter este filho engenheiro que ele tanto sonhava, mas dei-lhe o prazer de ter um filho que sempre honrou seu nome e o nome de toda família. Segue tua viagem em paz meu velho pai, na certeza de que um dia em outra dimensão nos encontraremos em uma nova casa. Onde o amor não dará vez ao ódio, a luz não dará vez a escuridão, a paz não dará vez a guerra. Onde não haverá inveja e nem haverá miséria. Ficarei aqui regendo a velha orquestra criada por você, a orquestra "André", buscando forças não sei onde, mas consciente de que existe um Deus que guiará nossos passos, livrando-nos de todos os males e abençoando o futuro dos seus netos. Obrigado meu velho pai por tudo. Por ter me dado vida, e por ter me dado o prazer de chamá-lo de pai. Tenho dito.