
METÁFORAS DE JOGO: ELEIÇÕES 2008
O voto direto que elege nossos representantes no legislativo este ano (vereadores) e no executivo (prefeitos), conquista que enche de orgulho o peito dos brasileiros, tem acompanhado o ritmo da tecnologia, da explosão midiática do mundo inter-conectado. Será mesmo? Tem sido um páreo duro para o eleitor decidir em quem votar. É por meio da televisão, do rádio ou do carro de som (e que som) que se levanta a bola do candidato ou a derruba, de forma tão persuasiva que o coitado do eleitor fica numa sinuca de bico. Quem fala a verdade? O que se tem ouvido é algo novo nos discursos dos pretendentes a representantes do povo? Esses discursos também têm acompanhado a demanda de necessidade dos eleitores? Então. Quem será a bola da vez?
Outro dia, falava-se no telejornalismo sobre a fragilidade da segurança do voto eletrônico (só existe no Brasil e nem o Paraguai tornará a pedir as urnas eletrônicas brasileiras emprestadas). É que no Brasil semearam a idéia de que a urna eletrônica está com a bola toda. Certeza, nesse sentido, só temos em relação às escutas telefônicas e às câmeras instaladas estrategicamente para dar flagrante em corruptos e corruptores. Numa dessas investigações no congresso nacional, um político usou a seguinte metáfora: “já botamos a mão na toca do gato, só falta puxar-lhe a calda e mostra sua cara para o Brasil”. Depois que nos mostraram a cara, nem precisa dizer que não aconteceu nada. É que eles têm um jogo de cintura para saírem ilesos até a poeira baixar, sem precisar jogar a toalha. Passam um tempo jogando na retranca, mesmo que seu eleitor, por algum tempo, ache que ele pisou na bola. Poucos, depois de episódios como esse, penduram as chuteiras. É que o dinheiro e o poder da mídia, especificamente dos marqueteiros, jogam a sujeira embaixo do tapete e nem sempre eles precisam correr por fora para voltarem a campo. Parece que em se tratando de política, tudo é barbada, para quem sabe lidar com ela.
Outros que não dispõem desse aparato midiático e querem ganhar na tapa, vestem a camisa do partido, dão show de bola, gritam seus nomes, mas não alcançam os eleitores e vão a nocaute. No final, os mais articulados (ou diríamos articulosos) dão xeque-mate, vencem as eleições e os eleitores, aqueles que viram a cara do gato, passam quatro anos comendo gato por lebre.
(*) Maria Margareth da Silva Pereira - (Licenciada em letras e especialista em literatura UFRN)

2 comentários:
Margareth, é muito bom acessar este blog e ver e ler algo feito por você. Que Deus sempre seja sua Fonte de Inspiração!!! Um Forte Abraço!!! Shalom!!!
E o pior, professora, é que esses "gatos" não possuem nenhum pedigree. Nada substitui os orelhudos. Eliel
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